As tendências
Há pouco tempo falaram me de um caso na Alemanha, em que uma mulher casada e com filhos, beneficiando do nosso homologo subsidio de desemprego, foi chamada para trabalhar, rejeitou o trabalho, perdendo o respectivo subsidio. Até aqui, nada de anormal. O problema é que a senhora rejeitou o trabalho proposto porque se tratava de prostituição, e, sendo a prostituição legal na Alemanha, tudo isto é legalmente possível. Ponho me então a pensar, o mundo é de loucos… Vem me então a IVG à cabeça… bem, antes demais, quero dizer que a actual lei não é uma brutalidade, e se me pergunta se concordo com o aborto repondo:”sim, nos actuais casos previstos na lei”. Esses casos são: no caso do feto sofrer de deficiência; no caso da gravidez por em risco a vida da grávida e no caso da gravidez ter sido causada por violação. Se me confrontarem com o facto de concordando com estas situações, estou também a concordar com o aborto, respondo: “sim, mas são situações muito complicadas para as grávidas, e prefiro deixar lhes a elas decidir o que fazer”. Aguedenses, existem métodos contraceptivos muito eficazes, com mil desculpas que possam evitar para se esquecerem destes, existe também uma pílula do dia seguinte. Agora, ponderar a hipótese de matar um feto com 10 semana, com a forma de um bebé, com os órgãos formados, com um cérebro?
Todos nós achamos de muito mau grado matar um animal para fazer casaco de peles, mas pelo menos matou se por um casaco de peles… E um feto, mata-se porquê? Para sermos liberais? Para sermos mais parecidos com os alemães?
Depois à a velha questão colocada pelos vanguardistas (infelizmente vanguardismo nos dias que correm parece estar intimamente relacionado com ideias tão fantásticas quanto a de se matar um feto, ou IVG, como lhe queiram chamar), que é a falta de nível de vida que a criança virá ter… Aqui está um ponto muito crítico. Quem pode dizer que uma grávida, que viva abaixo do limiar da pobreza neste momento, não possa subitamente enriquecer, e ter condições óptimas em todos sentidos para ter vários filhos? Mesmo que isto não aconteça, não deve o nosso Estado tentar sociabilizar a criança? Ou será que, a solução mais feliz é mesmo matar o feto, acabando logo ali um problema?
Um pequeno paralelismo: todos nós já tivemos conhecidos que pensaram no suicídio… a nossa função certamente não foi dar lhe um tiro na cabeça ou simplesmente emprestar lhe a arma…Então porque havemos nós de abrir o caminho a mulheres que passam por momentos de muita aflição, em vez de as apoiar e dizer que deve ter o filho…
Mais um curto aparte: nos EUA uma mulher questionou em tribunal o direito de poder abortar, ganhou, e o aborto foi liberalizado (com o tempo que demorou o processo, aquando da decisão o filho já era nascido)… No entanto, 30 anos depois, nos mesmo EUA, a mesma mulher, dá a cara pelos movimentos mais radicais contra a IVG.
Quantos, dos que hoje defendem o aborto, não estariam cá para o defender, se aquando do seu nascimento, o aborto fosse já permitido? Quantos não teriam sido simples abortos até uma vergonhosa 10ª semana? Mais, com que direito o Estado manda as crianças de Elvas nascer para Espanha, e, no mesmo hospital, serão realizados abortos de a IVG não sair com um NÃO do referendo? Deixo vos a pensar.
Deny Sá