A Opinião

maio 31, 2006

Contrastes Ibéricos

Dirijo me a todos aqueles que lêem este pequeno “artigo”, com o intuito de vos fazer pensar um pouco...

Não acham estranho ouvir os vossos pais a contarem que no tempo deles a Espanha era mais pobre do que Portugal?

Bem... Não é apenas estranho como pouco credível para um observador pouco atento... No entanto, com uma análise mais atenta, percebemos que das duas, uma: ou os espanhóis são sobredotados, ou nós somos limitados... Eu, como não gosto de me sentir limitado, prefiro acreditar na primeira hipótese. Aqui vai então um adiantamento de uma possível e lógica explicação...

Quem nunca ouviu falar de novos ricos? (Para os que nunca ouviram, adianto uma pequena explicação marcadamente pessoal, mas que corresponde às que podem encontrar nos dicionários: um novo rico é alguém que nem sempre foi rico, e que quase de súbito, abençoado pela sorte, ou com alguma sapiência para os negócios, consegue um nível de vida muito bom... estas pessoas geralmente saem de classes modestas). Agora que todos sabemos o que é um novo rico, prossigo... Os novos ricos não seriam um problema, se em vez de “esbanjarem”dinheiro em coisas supérfluas, investissem o dinheiro em coisas úteis e produtivas. Um dos nossos problemas é que devemos ser um dos países com mais novos ricos por metro quadrado... Quem nunca reparou que em Portugal, quando se começa a construir uma empresa vemos logo um carro de luxo estacionado à porta? O carro não existe porque o dono é muito rico, mas porque quando abriu a empresa, já pediu um empréstimo a contar com a compra do carro para ter uma boa “imagem” junto dos amigos. O problema é que o dinheiro do carro devia ser investido para gerar ainda mais dinheiro.

Passando agora para uma plano macroeconómico.... Vou dar um “cheirinho”... Comparem o número de ministros das finanças espanhóis em 30 anos, com o número dos portugueses...

Se pararmos para pensar, percebemos que a Espanha e qualquer outro país que tente seguir o exemplo espanhol, em pouco tempo, e com alguns recursos a favor, pode conseguir um desenvolvimento muito parecido com o referido.

Se nos debruçarmos um pouco sobre a politica espanhola, percebemos que as coisas não se passam da mesma forma de que em Portugal... Eles não tratam matérias vitais ao desenvolvimento, ao ambiente ou à saúde a cada legislatura que passa... para estas matérias são elaborados “dossier’s” quase “sagrados”, e “sagrados” não por serem obra de Deus, mas por serem respeitados pelos vários partidos que se sucedem no governo... Assim, os nossos vizinhos conseguem uma estabilidade política invejável, que se reflecte em toda a sociedade... Não podemos esquecer que, apesar de terem uma ETA, que lhes atormenta a paz social, conseguem estar mais desenvolvidos do que Portugal a todos níveis. E garanto, a qualquer primeiro-ministro ou presidente da república, que Portugal o que precisa não é de aumentar impostos sobre os produtos petrolíferos mas sim pensar na economia portuguesa, de forma estruturada, contínua e contígua.

Alguém consegue imaginar-se a construir um castelo de areia e destruí-lo sucessivamente antes de chegar ao final? Pensam que é possível conseguir um resultado final desta forma? Claro que não... tal como não é possível atingir progresso económico aceitável se estamos sempre a mudar estratégias para o conseguir. Estratégias e pessoas.

Deny Sá

1 Comentarios:

  • Essa foto fica-te a matar! lol, mas na boa!
    Passando á argumentação:
    Primeiro nem os Espanhois são sobredotados, nem nós somos limitados ( embora vejamos que por vezes pareçamos ser)! A raça é a mesma! Não pode haver diferenças!Um novo rico é aquilo que realmente referiste-me mas com outra contrapartida, é um senhor que para se parecer rico gasta todo o seu rendimento e mais alguma para levar avante uma vida de faustosidade que realmente na realidade não ostenta...
    Já Adam Smith, aquele que estudas a micro, dizia que um produtor que gasta o seu rendimento na sua industria é um benfeitor publico e um pródigo um inimigo publico!
    Porquê?
    Porque o benfeitor aumenta a produção, investindo, logo mantém salarialmente os seus, e contrata ainda mais mão de obra... a empresa cresce, o lucro cresce, os salários reais aumentam... o pródigo " novo rico" gasta tudo o que tém, a empresa declina produtivamente, sai pessoal, os salários não são pagos e o ciclo vicioso acaba na falência e no despedimento colectivo...
    Realmente é o que acabo de dizer... a dinâmica entoada nas legislaturas sucessivas de esquerd e direita na Espanha, advinhas da franca vontade e dinamismo de construir uma Espanha melhor fazem com que realmente o crescimento Espanhol não seja só um caso único na Europa ( pois espera-se que atinja o 2ª posto de melhor economia em 2009 na Europa dos 25), como tem vontade dum melhor bem estar do povo Espanhol, o que seria realmente o caso a seguir pelo povo Português ( o que não é), e tantas vezes martelá-mos isso os dois na Marques de Castilho ( sabes bem)!
    E os resultados estão à vista, quando vamos a Espanha no presente!
    Só uma ligeira atenção! Ao contrário do que pensas e dizes, na minha opinião os Espanhois estão longe de conseguir uma plena harmonia politica e social... porque a ETA ataca no pais basco, a Catalunha é desprezada e olhada a medo por Madrid, a Galiza é a zona mais pobre de Espanha e a Espanha está dividido em regiões cujas culturas divergem... para além de ter uma sociedade que alterna entre o alto conservadorismo católico e mentalidades mais livres e acessiveis a novas descobertas...

    By Blogger João Branco, at 3/6/06 6:42 da tarde  

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