A Opinião

maio 13, 2006

Fazer Futuro em 2009

No passado fim-de-semana, na Batalha, realizou-se o XXI Congresso (Extraordinário) do CDS-PP, onde a liderança do Dr. Ribeiro e Castro foi discutida. Tratava-se de (mais) uma legitimação de um Presidente que está a encontrar grande oposição interna e que, consequentemente, não tem conseguido impor e impor-se como líder do Partido. A legitimação foi conseguida, mas a oposição ao decidir não apresentar propostas alternativas de liderança saiu, paradoxalmente, reforçada. Isto só demonstra como em grande medida a Direita vive muito do pluralismo de ideias e de como de uma discussão franca e aberta, sem unanimismos e consensos forçados se pode lançar bases e ideias para um melhor futuro de Portugal.

A liderança de Ribeiro e Castro definiu um rumo a seguir. Um rumo que contempla e se baseia em ideias marcadamente democratas-cristãs, no sentido de contestar o actual governo socialista e respectivas políticas cujo resultado tem sido nulo e dar ao País uma perspectiva diferente, onde a defesa intransigente dos valores da família, da educação, da saúde permita que o País encontre o caminho do crescimento económico, sem perder a sua identidade. Esta perspectiva contempla que se incentive a natalidade, não fechando maternidades, que se incentive a justiça, reformulando o sistema judicial, que se incentive a educação, mas olhando para as preocupações das populações locais, que se incentive a decisão a nível local, sem destruir identidades regionais e que se incentive o crescimento combatendo os problemas orçamentais eficazmente, sem aumentos de impostos.

Mais. Esta liderança de Ribeiro e Castro trouxe ainda notáveis personalidades da democracia-cristã e da Direita de novo para a direcção do CDS-PP. Não podia deixar de me congratular pelo regresso do ex-Presidente da Câmara Municipal de Aveiro Dr. Girão Pereira, para ocupar um cargo na Comissão Executiva da Direcção do Dr. Ribeiro e Castro. E cabe-me ainda salientar e regozijar-me enormemente por ver um antigo Presidente da Juventude Popular de Aveiro, João Salviano Carmo, ocupar um lugar na Comissão Política Nacional do CDS-PP. Aveiro está, assim, representada ao mais alto nível nos órgãos executivos do CDS-PP e estou certo não deixarão de defender os interesses da Cidade e da nossa região com todo o vigor e convicção.

"Os jovens de hoje também são capazes – e bem – de lançar ideias válidas para o debate"

Mas este Congresso, mais do que para definir o Partido internamente, serviu essencialmente para dar a conhecer ao País uma juventude de Direita, irreverente, com ideias próprias e úteis e com vontade de melhorar as condições de vida dos Portugueses em geral, e das perspectivas dos jovens de hoje em particular. A mensagem que deve ser lida da Moção de Estratégia Global apresentada ao Congresso e ao País pelo líder da Juventude Popular (JP) João Almeida não é a de mais uma voz de oposição ao líder do Partido nem um instrumento dos que são assumidamente a cara dessa oposição, embora se tenham servido dela para esse propósito, mas antes de afirmação de valores de uma geração que não se revê na abordagem demagógica e populista de uma extrema esquerda propagandista, nem num ideal libertinagem irresponsável a que os jovens de hoje são tantas vezes incentivados. É, ao invés, uma mensagem de que os jovens de hoje também são capazes – e bem – de lançar ideias válidas para o debate e de que, em última análise, contribuem para que os responsáveis políticos olhem para os problemas que afectam a sociedade de hoje com um sentido de responsabilidade pelo que as suas politicas podem afectar o futuro. Assim, esta afirmação de uma geração dentro do CDS-PP vem realçar a importância da redefinição das políticas de emprego, nomeadamente na flexibilização das leis e do mercado de trabalho, como única forma de evitar uma generalização do desemprego nos jovens, assim como a reestruturação das políticas de crescimento e desenvolvimento, baseadas numa economia com menor carga fiscal, quer para o trabalho como para as empresas, com menor burocracia, menor complexidade legislativa, criando deste modo condições para que a produtividade e a competitividade contribuam de uma forma definitiva para combater o que parecer ser a fatalidade de afastamento de Portugal face aos restantes países da União Europeia.

"Esta geração vem provar que é possível querer incentivar a igualdade de oportunidades, implementando progressivamente uma cultura do mérito, em que os melhores, independentemente da sua condição social, são premiados pela sua qualidade"

Por outro lado, este sinal de toda uma geração de Direita deve ser entendido também como um rejuvenescimento da Direita Portuguesa, uma afirmação e demonstração de que a Esquerda não é dona absoluta da defesa dos interesses dos jovens. Bem pelo contrário. Esta geração vem dar a conhecer que tem capacidade de querer defender os mais desfavorecidos, não abdicando nem dos valores conservadores nem da doutrina social da Igreja. Esta geração vem provar que é possível querer incentivar a igualdade de oportunidades, implementando progressivamente uma cultura do mérito, em que os melhores, independentemente da sua condição social, são premiados pela sua qualidade. Esta geração vem provar que sabe combater o clientelismo e o recurso a expedientes. Esta geração vem impor cabalmente a sua capacidade de governar Portugal no futuro próximo. È esta a principal mensagem a reter: Portugal e a Direita Portuguesa têm futuro!

Carlos Martins
24 anos - Assistente de investigação
Licenciado em Economia, Master in Science (MSc) in Finance

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