A Opinião

abril 20, 2006

O BOLSO DE TODOS – Portugal Económico

No início da presente década, após um longo período de expansão e convergência real para a UE, a economia nacional entrou numa fase de estagnação. Hoje o PIB per capita de Portugal corresponde a apenas 73% da média da UE, o que nos deixa não sou muito atrás da Grécia, mas também atrás de alguns dos países do alargamento.

“O país necessita, urgentemente de um rumo diferente, de um novo modelo de desenvolvimento económico”

É inquestionável que o cenário actual é fruto de um conjunto de factores específicos da economia nacional, cuja natureza estrutural é inquietante. O país vem assistindo passivamente a um processo de desindustrialização crescente, sem uma resposta adequada por parte do Estado e dos agentes económicos. O resultado lógico é a crescente deslocalização de empresas com mão de obra pouco especializada para países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, com o consequente alastrar do desemprego que cada vez mais assume contornos de uma dramática chaga social. O país necessita, urgentemente de um rumo diferente, de um novo modelo de desenvolvimento económico que retire cada vez mais o grande peso do Estado deixando fluir de forma eficaz a economia de mercado. É por isso necessário ter um governo ambicioso e com um projecto de longo prazo para o futuro de Portugal. É por isso que apostar numa politica de direita para a economia nacional é:

-Adoptar uma política agressiva na captação de investimento Internacional;
-Concentrar os apoios e incentivos em projectos comprovadamente viáveis, preferencialmente orientados para o mercado da exportação;
-Apostar na especialização em sectores industriais de grande valor acrescentado e forte dinamismo da procura;
-Reduzir a burocracia gerindo a função pública com o rigor das empresas privadas;
-Transformar Portugal na locomotiva da Europa no sector das energias renováveis aproveitando as condições naturais para reduzir a factura energética;
-Investir fortemente na educação, na formação, na inovação, no empreendorismo, na tecnologia, na investigação e desenvolvimento.

Rodrigo Oliveira
21 Anos - Estudante de economia
roliveira.aopiniao@gmail.com

BLOGOSFERA – lobbydeaveiro.blogspot.com

Serei de Esquerda ou de Direita???

Uma universitária andava no quarto ano da Faculdade. Tinha vergonha de que o seu pai fosse de direita e, portanto, contrário aos programas socialistas e seus projectos de lei, que davam benefícios aos que não o mereciam e impostos mais altos para os que tinham maiores rendimentos. A maioria dos seus professores tinha afirmado que a filosofia dele estava equivocada. Por tudo isso, um dia, decidiu enfrentar o pai. Falou com ele sobre o materialismo histórico e a dialéctica de Marx, procurando mostrar que ele estava errado, ao defender um sistema tão injusto como o da direita.

No meio da conversa, o pai perguntou: Como vão as aulas? Vão bem, respondeu ela. A média das minhas notas é 18, mas tenho muito trabalho para conseguir estas notas. Não tenho vida social, durmo pouco, mas vou em frente.

O pai prosseguiu: E a tua amiga Sónia, como vai? Ela respondeu, com muita segurança: Muito mal. A média dela é 6, principalmente, porque passa os dias em shoppings e em festas. Pouco estuda e, muitas vezes, nem sequer vai às aulas. De certeza que vai chumbar o ano.

O pai, olhando nos olhos da filha, aconselhou: Que tal se tu sugerisses aos professores ou ao coordenador do vosso curso, para que sejam transferidos 6 valores das suas notas para as da Sónia. Com isso, vocês duas teriam a mesma média. Não seria um bom resultado para ti, mas convenhamos, seria uma boa e democrática distribuição de notas, para permitir a futura aprovação de vocês as duas.

Ela, indignada, retrucou: Por quê?! Eu trabalhei muito para conseguir as notas que tive, enquanto a Sónia passeou pelo lado fácil da vida. Não acho justo que todo o trabalho que tive seja, simplesmente, dado a outra pessoa.

O pai, então, abraçou-a carinhosamente, dizendo: BEM-VINDA À DIREITA!!!!

O BOLSO DE TODOS – Movimento 560

É fundamental apoiar a produção nacional!

Os portugueses vivem hoje num clima de crise, desde o desemprego, à nossa fraca economia

É certo que quem mais sofre somos nós, mas o que certamente muitas vezes não nos passa pela cabeça é que podemos ter uma certa culpa nesta grave situação. Frequentemente, quando vamos às compras, tentamos ir à procura do produto mais barato, mas o que agora é barato, pode vir a curto prazo, a tornar-se muito caro para todos nós. Desde a mais pequena especiaria ao peixe que comemos, o nosso mercado está inundado por produtos fabricados no estrangeiro. Tendo normalmente esses países uma economia mais forte que a nossa, conseguem vender os seus produtos a um preço mais baixo e, desta forma, somos levados, a comprá-los. Mas, quando o fazemos, estamos a contribuir para um maior crescimento das exportações desses fabricantes estrangeiros e, sem dúvida, por vezes, a tirar postos de trabalho no nosso país. Quando não compramos produtos nacionais e compramos artigos estrangeiros, os nossos fabricantes são obrigados a subir o preço dos seus produtos para compensar as quebras de produção. Ora se os produtos concorrentes já eram mais baratos na origem, isto faz com que os nossos fiquem ainda mais caros. E sendo mais caros, ninguém os compra. Toda esta situação leva posteriormente ao encerramento de muitas empresas e consequentemente ao crescimento do desemprego.

Produtos portugueses? E Como é que eu sei quais eles são?

É simples, bastante simples. Antes de mais, existem dois aspectos a distinguir: existem marcas portuguesas e produtos portugueses.

Marcas portuguesas, como o nome indica, são marcas de carácter nacional, com origem e produção no nosso país (exemplos: Sumol, Compal, Mimosa, Critical Software)

Produtos portugueses, são produtos fabricados em Portugal por marcas nacionais, multinacionais ou mesmo internacionais, mas são produtos feitos com mão de obra nacional, que contribuem superiormente para o nossa economia e para o emprego no nosso país.

E na hora de escolher, como é que devo agir? Que atitude?

Bem, na hora de escolher, é bastante fácil tomar uma atitude correcta: procure no produto, o código de barras e verifique se ele começa por 560, seguidamente confirme na embalagem a origem do produto. Quase todos os produtos portugueses começam por 560 no código de barras. Posteriormente poderá ter em conta se a marca é nacional ou não e, claro, a qualidade e preço do produto. Atenção: existem algumas empresas portuguesas (produtos portugueses) que possuem códigos de barras proprietários, o que significa que são produtos portugueses que não têm o código 560, no entanto os códigos proprietários "costumam" ter um formato diferente (não têm 13 dígitos), existe também o caso dos produtos de peso e quantidade variável, por isso informe-se sempre antes comprar. Para uma total garantia de que seja um produto nacional verifique sempre na embalagem ou na informação do produto, o local de fabrico ou de origem. Seguem-se em exemplo, os modelos dos códigos de barras de formato EAN-UCC/GS1 (formato padrão/com 13 dígitos):

Divulgue, mude os seus hábitos, ajude, tome uma atitude!

O QUE TENHO NA SALA – A Marcha dos Pinguins

O filme/documentário A Marcha dos Pinguins (La Marche de L’Empereur no original) é a mais bela história que a natureza criou... uma jornada pela preservação da espécie num filme emocionante e de imagens arrebatadoras.

É um documentário delicioso que nos conta, através de três personagens (pai, mãe e filho) todas as peripécias que este animal passa – a debandada dos oceanos, o encontro das tribos, a marcha até ao Oamock, o baile dos Pinguins, as sucessivas e intermináveis viagens de volta ao Oceano em busca de comida, e por fim, o nascimento da cria.

Este documentário, que com o correr dos minutos se transforma no mais lindo dos filmes, é genial. É genial porque a fotografia é fantástica; é genial porque as personagens prendem-nos de uma maneira inimaginável; é genial porque tem uma banda sonora intimíssima da narração que nos prende ainda mais ao ecrã (obra da não menos genial Emilie Simon); é genial porque o Pinguim é efectivamente um animal com uma dádiva e uma devoção incríveis.; é genial porque o realizador Luc Jacquet, que se estreou nestas lides, conseguiu juntar isto tudo de uma forma brilhante.

“O Pinguim dedica 9 meses da sua vida à cria”

Mas, acima de tudo, é genial porque todo o ser humano se revê (ou gostaria de se rever) neste animal patusco e simpático que é o Pinguim. Com efeito o Pinguim dedica 9 meses da sua vida à cria, ficando com os restantes 3 meses (os únicos de Verão) para gozar o Oceano e alimentar-se decentemente. O processo reprodutivo ocorre em condições extremas, desde a temperatura de -40 ºC à privação de comida que os Pais sofrem (mas… apesar de 4 meses de fome o Pai ainda tem uma migalha no fundo da boca para alimentar o filho). O filme flui assim por todas estas peripécias, e a cada uma que passa, sentimos mais orgulho e admiração por este animal – exactamente da mesma forma que a nossa vergonha se multiplica por tantas e tantas vezes não conseguirmos dar metade do que eles dão à sociedade.

É por todas estas razões que aqui proponho este filme. Porque começa-nos realmente a fazer falta filmes que mostrem o Bem de uma forma inequívoca e que incitem a um pouco de privação e altruísmo em busca de um mundo melhor. Aceite o desafio de ver o filme e verá que o sorriso no fim será um sorriso mais forte, mais vincado e certamente mais rasgado.

Miguel Miranda
25 Anos - Estudante

mmiranda.aopiniao@gmail.com

UM CAFÉ COM… - Williams Marques – Presidente da AEESMC

Tomamos um café com Williams Marques, o Presidente da Direcção da Associação de Estudantes da Escola Secundária Marques Castilho, eleito pela segunda vez consecutiva.

Segue aquela que foi a entrevista possível...


O que te motivou a candidatar pela primeira vez à presidência da AEESMC?

Candidatei-me devido ao estado de desacreditação que a associação vivia perante os alunos. Candidatei-me porque tinha vontade de trabalhar de forma diferente, porque tinha um projecto dinâmico e convergente para esta AE.

E o que motivou a recandidatura?
Sinceramente, recandidatar-me não estava nos planos. Queria dar a vez a alguém capaz e com vontade de fazer algo de bom. Devido às circunstâncias fui quase obrigado a recandidatar-me. Por um lado, recandidatei-me porque sofri pressões de vários alunos e professores, que acreditavam no meu trabalho e no meu. Por outro lado recandidatei-me para evitar que a AE cai-se em mãos de quem não queria ralmente trabalhar por ela.

Como qualificas o trabalho desempenhado até ao momento?
O trabalho até agora realizado tem sido muito positivo. Poderia ser melhor, mas devido à massiva falta de apoios, dos mais diversos sectores, não nos tem sido possível fazer melhor.

Escoliadas, para quando um regresso da Marques Castilho?
(Risos…) Esse é um projecto que adoraria ver concretizado no meu mandato, e vontade de o fazer foi coisa que nunca nos faltou. É algo que infelizmente não depende só da AE mas sim da conjugação de vários factores, como a presença de professores capazes, que até existem mas não querem colaborar por divergências com a entidade organizadora, assim a necessidade da existência de uma inquestionável vontade dos alunos em participar e o apoio do Conselho Executivo.

Até agora não foi possível conjugar todos estes factores e assim sendo, este regresso está a tornar-se cada vez mais difícil.

As funções que desempenhas na AE prejudicam o teu desempenho escolar?
Não deviam, mas como a AE infelizmente se resume apenas a duas ou três pessoas empenhadas, é claro que prejudica. É difícil alguém que quer fazer muito e que realiza quase tudo o que pensa, com pouquíssima ajuda, ter tempo para estudar. É claro que se devem definir prioridades, mas quando temos paixão pelo o que fazemos deixamos tudo para trás, como a escola, os estudos, família e até por vezes amigos e namorada.

Achas que as pessoas dão o devido valor a esse teu empenho?
Essa é uma questão que pouco me importa. Quem trabalha por simples dedicação faz tudo o que está ao seu alcance. Mas é normal que nos sintamos satisfeitos e úteis quando esse reconhecimento existe.

Como avalias a tua relação com os restantes órgãos da ESMC?
Excelente. Só assim nos é permitido trabalhar com vontade e afinco em tudo. Todos os elementos nos ajudam e nós também os ajudamos a todos.

Que tipo de apoio têm recebido por parte desses órgãos e de outros, como por exemplo da CMA? Têm sido os necessários?
Como disse anteriormente, não temos apoio de ninguém exterior à escola, excepção feita à Juventude Popular. Caso eles existissem, certamente realizaríamos um trabalho superior e mais proveitoso.

Que tipo de ligação mantém a AEESMC com as restantes AE’s do concelho?
A relação que mantemos com as restantes AE’s é muito positiva e proveitosa. Com a AEESAP é excelente, inclusive no intercâmbio das actividades. Recentemente com o NESTGA estabelecemos excelentes contactos.

Williams Marques, tem 20 anos e estuda no 12º ano. Passa os tempos livres entre os escuteiros, a política, o basquetebol e os amigos.

O seu filme preferido é o Acordar para a Vida, curte Bush e um bom sumo de morango no Johnny 101. E é claro, é do FC Porto!

wmarques.aopiniao@gmail.com

SALA DE ESTUDO – Lazer vs Estudar


É tão agradável surfar na net, ver os Morangos, ouvir música, passear, desenvolver conversas com amigos... perante tudo isto, ir à escola/estudar é realmente aborrecido e então, como podem os pais e os professores competirem com estes novos meios de entretenimento?

A vontade de estudar vai-se deteriorando. É necessário abrir os olhos à comunidade estudantil, é necessário alertar os estudantes que o sucesso

escolar lhes garantirá mais hipóteses de alcançarem aquilo que gostam e que desejam.

O futuro não é a festa de logo à noite ou a saída no próximo fim-de-semana, o futuro, é a competitividade no mundo do trabalho e a realização profissional e pessoal.

Patrícia Pereira
18 Anos - Estudante
pipereira.aopiniao@gmail.com

BASES PARA O FUTURO


O Programa Bases para o Futuro é uma iniciativa da Juventude Popular de Águeda com o intuito de dar resposta a uma imperiosa necessidade municipal – a discussão por parte dos jovens de temas relevantes para o futuro do Concelho.

Com este programa, a Juventude Popular pretende mobilizar sectores alargados do município que não desenvolvam uma actividade política ou partidária regular.

Só mobilizando o melhor da sociedade conseguiremos discutir as melhores ideias, os melhores caminhos e porventura encontrar as melhores soluções, que levem o Concelho de Águeda a sair da actual situação de estagnação e desorientação.

Águeda é hoje um município com défices de esperança e de confiança nas capacidades das suas gentes. Um município desgovernado e sem ambição.

Vivemos um momento delicado, com uma economia em crise, instituições sem credibilidade e desprovidas de estratégia.

Mas possuímos, igualmente, recursos capazes de responder a estes desafios e de colocar novamente Águeda num caminho de crescimento e progresso económico e social.

Temos, sobretudo, jovens com conhecimento, capacidade de iniciativa, e vontade de fazerem parte das soluções de que o Município necessita.

É com estes jovens, de quem o concelho espera muito, que o Bases para o Futuro irá ser traçado. Para sermos um Município mais moderno, mais competitivo, e para tornar a sociedade em que vivemos numa sociedade mais solidária, justa e coesa.

PELOS NOSSOS FILHOS – Desenvolvimento Sustentável

Em Outubro de 2001, a Sonae, a Cimpor e a Soporcel tomaram a iniciativa de fundar o BCSD Portugal - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, em conjunto com mais de 34 empresas ligadas á economia nacional, com a missão de transpor para o plano nacional, e através da liderança empresarial o caminho para o Desenvolvimento Sustentável e fazer com que esta liderança nos negócios seja um factor de mudança, promovendo nas empresas a inovação e a responsabilidade empresarial.


“As actividades do BCSD Portugal reflectem a convicção que o desenvolvimento sustentável é bom para as empresas e que as empresas são boas para o desenvolvimento sustentável”


Deste modo, para permitir ás empresas a aplicação de normas de gestão que conduzem ao desenvolvimento sustentável é aplicada no âmbito de três vertentes principais: económica, social e cultural, na medida em que actualmente, é a visão integrada para uma condição determinante do novo paradigma da gestão empresarial. Assim, as actividades do BCSD Portugal reflectem a convicção que o desenvolvimento sustentável é bom para as empresas e que as empresas são boas para o desenvolvimento sustentável.


Contudo, esta organização permite difundir e divulgar os princípios inerentes a este tipo de desenvolvimento, visto que ao promover a articulação da cooperação entre empresas, governo e sociedade civil, define também projectos e participa nas actividades específicas das empresas portuguesas.


No entanto, para haver um cumprimento por parte das empresas em relação ao desenvolvimento económico sustentável, o BCSD Portugal teve o apoio da RSE (Responsabilidade Social Empresarial) que designa a integração voluntária pelas empresas das preocupações sociais e ambientais nas suas actividades comerciais e nas suas relações com todas as partes envolvidas, entendendo por estas os trabalhadores e as suas famílias, os consumidores, o ambiente, os fornecedores e clientes, os poderes públicos, e por fim, os Direitos do Homem.


Consideramos assim, que uma empresa socialmente responsável, é aquela que tem de ter uma estratégia coerente, tendo como base a integridade e valores a longo prazo.


Em titulo de conclusão, o BCSD Portugal tem facilitado a cooperação com as empresas membro destes compromissos e na partilha de experiências, originando uma acção mais organizada a nível nacional ao impulsar uma cultura socialmente responsável nas empresas, e a partir destas a toda a sociedade.

Ana Rosa
19 Anos - Estudante
arosa.aopiniao@gmail.com

PENSAR À DIREITA – Ser Democrata

Por vezes temos a sensação que a Democracia não esta bem. Um dia destes estava a pensar com os meus botões, mas o que é que se está a acontecer no mundo para que exista uma fricção entre o mundo muçulmano e o europeu?

“Com a democracia ganhamos direitos, mas também aumentamos os nossos deveres”

Cheguei à conclusão que apenas existe um problema de falta de democratas. O que é um democrata? É uma forma de viver em sociedade. É o saber respeitar as opiniões diferentes das nossas. Ser democrata é aceitar a liberdade de imprensa, mas também é respeitar a não representação de um profeta importante de uma religião diferente da nossa. Com a democracia ganhamos direitos, mas também aumentamos os nossos deveres. Ganhamos o direito de liberdade de expressão, mas ganhamos o dever de respeitar os outros pelas suas diferenças.

Ser democrata é respeitar a opinião dos eleitores, e como democratas que somos temos de emitir a nossa opinião, no entanto devemos sempre procurar consensos nacionais, no sentido de melhorar-mos a nossa sociedade e de ajudar-mos o nosso país a sair da crise.

Em Águeda não elegemos nenhum vereador para a Câmara, no entanto como bons democratas que somos temos de ajudar os executivos camarários, no sentido de serem eficientes a executarem o programa camarário sem problemas, em vez de dificultar o avanço na resolução dos problemas.

Ser democrata é um estilo de vida e uma forma de encarar a sociedade, com respeito pela opinião diferente. Não podemos abusar dos direitos adquiridos. Saber gerir as crises a todos os níveis e sentir os direitos de terceiros como se fossem os nossos próprios direitos.

Paulo Mendes da Paz
25 anos - Economista
ppaz.aopiniao@gmail.com

PENSAR À DIREITA – Jovens Políticos

Como os jovens podem fazer política?

A política não é e nem deve ser feita apenas nas câmaras municipais, em assembleias, em bloques, ou em sedes partidárias. A política deve sim começar nas escolas, e pelos estudantes. Quando falo de política, falo da política do coleguismo, da política da solidariedade, e da política da educação.

Mas como fazer política nas escolas?

A resposta é simples. Os alunos devem participar, colaborar e interagir nas associações de estudantes, devem também começar por preocuparem-se sobre as condições da escola onde estuda, no que se refere á qualidade do ensino, ás condições físicas, como áreas de lazer, locais de estudos, bibliotecas, parque de jogos, e muitos outros. Também no dia-a-dia, devem prestar atenção á cidade onde vivem, e devem começar a se questionar sobre alguns assuntos como por exemplo:

A câmara está a cuidar das praças e parques, que são locais de lazer para a população?

Está a fazer correctamente a recolha do lixo?

Existe alguma preocupação quanto a poluição provocada pelas empresas?

Estão a ser preservadas áreas verdes para que tenhamos uma melhor qualidade de vida?

O presidente da câmara está a cumprir o que prometeu em sua campanha?

“E para isto não é necessário ser-se político, é preciso sim que cada jovem expresse as suas ideias”

Estas são apenas algumas perguntas que muitos jovens fazem em voz baixa, mas que raramente procuram obter suas respostas.

E para isto não é necessário ser-se político, é preciso sim que cada jovem expresse as suas ideias, mas também as suas possíveis soluções, para algo que acha que não estar correcto, pois é por aí que as mudanças começam a ser feitas. Esta é a atitude que cada jovem tem de não ser omisso em relação a sociedade.

Desta forma, percebe-se claramente que não são necessários grandes feitos para mudar positivamente a nossa sociedade, apenas basta cada jovem não se acomodar e partir para acções que o conduza ao alcance do seu propósito.

Pedro Vidal

21 Anos - Téc. Vendas

pvidal.aopiniao@gmail.com

MANCHETES – Têxteis – Que futuro?!

Desde o início da crise dos têxteis portugueses que se declara a necessidade de repensar o futuro do sector. Já nessa época era conhecida a inevitabilidade da abertura total de dos mercados, que alertava já para a necessidade de reconverter o sector noutro tipo de actividade mais promissora. Era então crucial que as regiões que viviam quase exclusivamente dedicadas ao têxtil e às confecções, mudassem de orientação.

“A cedência à pressão imediatista e da distribuição cega de subsídios, tomou o espaço da visão estratégica, da seriedade política e do rigor governativo”

O actual estado do sector atesta nitidamente que tal não sucedeu. A cedência à pressão imediatista e da distribuição cega de subsídios, tomou o espaço da visão estratégica, da seriedade política e do rigor governativo.

Claramente faltou audácia para recusar a manutenção dissimulada de empresas, reinou a atribuição de fundos ditos de modernização e abriram-se as portas à inscrição nos subsídios de desemprego, por período superior ao considerado regular.

Os diferentes governos possibilitaram assim a subsistência do caos, concedendo dinheiro para silenciar e enganar a crise. Perante um futuro que sabiam ter consequências certas, resumiram-se a aprazar um problema, que agora apresenta uma resolução bem mais complexa.

No concelho de Águeda, em particular na Freguesia de Valongo do Vouga, a crise têxtil originou a perda de muitas centenas de postos de trabalho. Não foram apenas postos de trabalho que se perderam, foram famílias que perderam todo o seu rendimento, que se viram impedidas de poder cumprir as suas obrigações, que deixaram de poder dar aos seus filhos o que legitimamente sempre sonharam poder dar.

Com a liberalização dos têxteis chineses, a preocupação de Portugal deve assentar, não na forma de estancar a entrada dos têxteis chineses no mercado, mas no sentido de ter produtos e negócios têxteis que sejam adequados à nossa realidade de País e nos coloquem ao nível daqueles que existem nos países desenvolvidos. A realidade portuguesa deve manter um posicionamento de mercado de domínio dos têxteis de elevada incorporação tecnológica, dos têxteis da alta moda e dos têxteis técnicos. Todavia, este posicionamento requer uma readaptação da nossa indústria e negócio têxtil.

“É tempo de nos abstrairmos do politicamente correcto e o comodismo para que não abramos ainda mais a porta a uma crise social sem precedentes”

Ou se requalifica totalmente o sector têxtil agora, ou num futuro próximo nada haverá para requalificar. A nível Europeu a reposição efectiva de barreiras alfandegárias poderá ser a única via. É tempo de nos abstrairmos do politicamente correcto e o comodismo para que não abramos ainda mais a porta a uma crise social sem precedentes, capaz de despertar revoltas que os europeus consideravam não mais se poderem repetir.

Paulo Pereira
22 Anos – Técnico Informática
ppereira.aopiniao@gmail.com

PELOS OUTROS – Associativismo Juvenil

A expressão associativismo designa por um lado a prática social da criação e gestão das associações (organizações providas de autonomia e de órgãos de gestão democrática: assembleia geral, direcção, conselho fiscal) e, por outro lado, a apologia ou defesa dessa prática de associação, enquanto processo não lucrativo de livre organização de pessoas (os sócios) para a obtenção de finalidades comuns.

Embora “no papel” até parece algo simples e de fácil ligação com toda a população, na pratica é algo diferente, já que cada dia que passa, é cada vez mais difícil ver-se, de forma voluntária, alguém assumir de forma responsável uma participação activa nas associações locais. Deixando muitas de funcionar ou ficarem paradas no tempo, devido há falta de apoio, quer financeiro, quer principalmente de falta de pessoas para gerir e participar nas actividades prestadas pelas associações.

É inquestionável, que as associações, independentemente da sua actividade, promovem a integração, quer entre pessoas, quer entre localidades, assumindo um papel determinante na promoção da sua actividade, da sua cultura e consequentemente da sua própria localidade ou região.

Como todos temos consciência, hoje em dia, é bastante necessário saber comunicar, saber interagir com outras pessoas, em tudo o que nos envolve, principalmente a nível profissional. Actualmente, é cada vez mais frequente entrar em contacto com pessoas de outras localidades, outras regiões e até de outros países. Participando de forma activa em associações, começa-se a criar uma maior facilidade de comunicação entre diferentes pessoas.

É através da escola que aprendemos a ler, a escrever, a falar. Mas através do associativismo, temos a oportunidade de evoluirmos a nossa forma de comunicar, de viver em sociedade.

Normalmente não olhamos para as vantagens culturais que podemos adquirir através do associativismo, mas sim como mais uma forma de trabalho voluntário, e em muitas situações como uma total perda de tempo. Nunca vemos no associativismo uma forma de aproveitar algum do nosso tempo disponível, para ao evoluir culturalmente, poder-mos ajudar a dinamizar o meio onde se vive. De conhecer novas realidades, novas culturas ou simplesmente diferentes modos de pensar e de agir.

Independentemente da actividade que prestam ou da ideologia que defendem, em todas as associações esta sempre presente um grupos de pessoas, um grupo de amigos, um grupo que para o bem ou para o mal, encontra-se unido.

“as associações não devem viver desligadas umas das outras, mas sim em parceria, em sintonia umas com as outras”

Como qualquer um de nós, as associações não devem viver desligadas umas das outras, mas sim em parceria, em sintonia umas com as outras, para uma melhor gestão de recursos e para mais facilmente conseguirem evoluir e consequentemente dignificar a localidade ou a região a que pertencem.

Conscientes do que uma associação pode fazer para dinamizar o meio onde vivemos, e que nós podemos fazer para dinamizar uma associação, não continuemos a ser simples espectadores, passemos a ser sim, intervenientes activos, intervir de forma activa, não ter vergonha de assumir e dividir responsabilidades pela evolução e dinamização das associações locais, para que, assim possamos também ajudar a dinamizar a localidade onde vivemos!

Ricardo Caniçais
21 Anos - Desenhador CAD
rcanicais.aopiniao@gmail.com

Editorial – 1ª Edição

Numa época de evoluções constantes e de transformações diárias a todos os níveis, que alteram constantemente a forma como todos nós vemos e analisamos a sociedade em que estamos inseridos, é proveitoso apresentarmos um jornal local diferente.

A Opinião é um jornal feito por jovens e destinado a todos os que o são e que um dia também o foram.

Tencionamos dar uma nova visão das nossas posições em relação à sociedade actual, fazendo aumentar a participação dos jovens na vida pública do concelho de Águeda.

A Opinião é um espaço aberto ao livre pensamento de cada um. Sabemos que com a colaboração de todos iremos criar um novo fórum de discussão e consequentemente uma nova fonte de ideias e projectos.

Fazemo-lo porque nos preocupamos com a presente situação económica e social e porque sendo jovens e naturalmente mais sonhadores, mais ousados e ambiciosos e muito menos receosos, nós recusamos a deixar de acreditar e lutar por um futuro mais próspero e mais justo para todos.

A Opinião nasceu devido à vontade de alguns. Hoje, amanha e sempre, continuará a ser uma realidade devido à opinião de todos.


Paulo Mendes da Paz
25 anos - Economista
ppaz.aopiniao@gmail.com

Um primeiro post